l3p

Sobre

Por Dalton Martins

O Laboratório de Políticas Públicas Participativas (L3P) surge a partir do entendimento da Participação Social como uma área de pesquisa interdisciplinar, que demanda para o seu desenvolvimento e ampliação no cenário político brasileiro a criação de novas possibilidades, a produção contínua de experiências e a invenção de novos modos de fazer e se organizar coletivamente, a inovação em suas formas e princípios, a sistematização e consolidação daquilo que já se conhece, se experimentou e se deseja propagar.

Desse entendimento e vivência do interdisciplinar em sua própria criação, o L3P surge em novembro de 2014 no âmbito do curso de Gestão da Informação na Universidade Federal de Goiás.

A experiência dessa graduação, também ainda muito recente e em fase de experimentação no cenário brasileiro, que se propõe a juntar as áreas de Administração, Tecnologia da Informação e Ciência da Informação com uma proposta de formação de um novo olhar para os fenômenos informacionais e organizacionais gerou um ambiente de intensa reflexão na criação de novas disciplinas, projetos de pesquisa e aplicação de sua produção em parceria com a esfera pública e privada, sobretudo ligadas a área social.

A partir dessa experiência na área da graduação, surge portanto a identificação de uma área em potencial, a Participação Social, ainda não completamente trabalhada na abordagem deste laboratório pela academia brasileira e que poderia se tornar um espaço de produção de conhecimento, em formato de pesquisa e desenvolvimento de projetos, que apontava para novas soluções e a criação de um novo olhar para aquelas já existentes.

O L3P entende a Participação Social e se coloca um olhar que considera a integração e diálogo constante em 4 grandes eixos de pesquisa:

  • Filosofia da informação: analisa e reflete a informação como fenômeno humano, envolvendo diferentes olhares que procuram respostas sobre o que é a informação, como ela se forma, o papel da conversação e do relacionamento humano, a importância do indivíduo, do coletivo, o trânsito entre eles, as formas de entendimento da realidade e dos produção da ideia de verdade. Nossa maior influência filosófica vêm de áreas como a Fenomenologia e as Ciências Cognitivas.
  • Políticas de mediação: entendemos que a participação social pode acontecer de muitas formas diferentes e com muitos níveis de abertura e fechamento do que caracteriza a possibilidade de participação. Independente das formas, entendemos que a participação se dá como fenômeno político, entrando em cena relações de poder, de saber e da dinâmica de relacionamento humano em suas múltiplas configurações. O estudo dessas diferentes formas, da maneira como acontecem, como poderiam acontecer e os cuidados organizacionais, logo políticos, que devem ser levados em consideração fazem parte desse eixo de pesquisa. Aqui estudamos e criamos metodologias de participação, analisamos experiências existentes, procuramos entender seus princípios, seus efeitos e propor formas interessantes de estudar e documentar como aconteceram.
  • Análise e visualização da informação: entendemos que participação social necessita de processos claros, consistentes e transparentes de análise e visualização daquilo que é produzido, facilitando com que as pessoas tenham maior clareza do que tem sido dito, proposto e pensado por todos os envolvidos em um modo de participação. Esse eixo de pesquisa envolve conhecimentos de estatística (univariada, bivariada e multivariada), mineração de dados, tratamento da informação, análise de redes sociais (estrutural e dinâmica), jornalismo de dados e design da informação.
  • Tecnologias da informação: entendemos que as possibilidades contemporâneas de comunicação permitem uma enorme ampliação das possibilidades de participação, envolvendo desde o uso estratégico das tecnologias existentes para a criação de experiências participativas até a concepção de novas tecnologias que atendam a desenhos de participação ainda não possíveis de serem experimentados com as tecnologias existentes. Esse eixo de pesquisa envolve arquitetura da informação, customização e desenvolvimento de aplicações (com enfoque especial no modelo software livre), mapeamento de tecnologias participativas em uso em diversas experiências pelo mundo e customização de APIs de redes sociais existentes.

É a junção e o diálogo entre diferentes pesquisadores, profissionais e ativistas em torno desses 4 eixos de pesquisa que acreditamos gerar um ambiente extremamente criativo e desafiador, permitindo produzir um clima institucional no âmbito do laboratório que lhe possibilita produzir novos olhares e identificar novas perguntas a serem respondidas.

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